José Saramago era muito além que um escritor português, ganhador prêmio Nobel de Literatura. Saramago era o maior crítico contemporâneo, que nunca conformou-se com as injustiças do mundo atual, as quais sempre denunciava.
Mas através de sua literatura, Saramago sempre será relembrado por todos leitores que, assim como ele não conformam-se com as injustiças da sociedade. E sim, hoje o mundo ficou mais cego.
"Há quem leve a vida inteira a ler sem nunca ter conseguido ir mais além da leitura, ficam pregados à página, não percebem que as palavras são apenas pedras postas a atravessar a corrente de um rio, se estão ali é para que possamos chegar a outra margem, a outra margem é que importa. A não ser que. A não ser, quê. A não ser que esses tais rios não tenham duas margens, mas muitas, que cada pessoa que lê seja, ela, a sua própria margem, e que seja sua, e apenas sua, a margem a que terá que chegar."
A Caverna
A Caverna
"Quantas vezes, para mudar a vida, precisamos da vida inteira, pensamos tanto, tomamos balanço e hesitamos, depois voltamos ao princípio, tornamos a pensar e a pensar, deslocamo-nos nas calhas do tempo com um movimento circular, como os espojinhos que atravessam o campo levantando poeira, folhas secas, insignificâncias, que para mais não lhes chegam as forças, bem melhor seria vivermos em terras de tufões. Outras vezes uma palavra é quanto basta."
Jangada de Pedra
Jangada de Pedra
”A propósito, não resistiremos a recordar que a morte, por si mesma, sozinha, sem qualquer ajuda externa, sempre matou muito menos que o homem”.
As Intermitências da Morte
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